segunda-feira, 31 de agosto de 2015

O Cravo e a Rosa

Era uma vez, uma Rosa que cresceu num mundo de espinhos.
Ela germinou, cresceu até desabrochar, acordou e olhou em volta de si mesma.
O que ela, uma singela e pequena flor tão frágil estaria fazendo num mundo cheio de agonias e dores?
Estava sozinha, ah, tão sozinha e solitária.
Não podia se mover direito, pois as agulhas a perfuravam e a rasgavam, destruindo suas pétalas tão macias e desprotegidas.
Depois de um tempo, aprendeu a se defender também. Criou espinhos e furaria qualquer um que a tocasse.
Comparado aos espinhos de perto da Rosa, os seus não serviam de nada. Continuava sendo machucada e torturada.
Mas uma vez a cada séculos, surgia um tal Cravo que parecia ser tão frágil quanto.
Mas ele não podia se aproximar. Ele iria ser perfurado assim como a Rosa era.
"Por favor, não se aproxime."
Mas o Cravo insistiu, ele lutou. E não se importava que suas pétalas fossem machucadas. A Rosa era tão bela e tão única que nenhuma dor faria o cravo desistir dela.
A guerra da Rosa já era outra: lutava e relutava contra si mesma para não machucar o Cravo, que carregava um aroma tão bom consigo.
Suas intenções nunca foram machucá-lo. E mesmo assim tal tragédia acontecia.
"Por favor, vá embora."
Mas ele não foi. Ele nunca sairia do lado da Rosa.
A não ser...
Que ela não o quisesse.
"Eu nunca mais quero lhe ver, o lugar ao seu lado não pertence a mim."
O Cravo então, murcho e despedaçado, foi embora, assim como a Rosa havia pedido.
Mal tinha ido embora e a pequena flor que ficara começou a morrer lentamente.
Apesar de todas as feridas, a Rosa ainda se mantinha em pé, firme e forte.
Mas aprendeu a viver com o Cravo, e sem ele, assim como ele sem ela, não viveria mais.

Não haverá final feliz, pois nem todos os finais terminam bem.


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