segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Tarja preta

É difícil resolver as coisas quando não há mais aonde se segurar.
Difícil segurar tantos pesos que acham que eu sou sua salvação de cair em plena escuridão enquanto caio junto.
Difícil olhar para o Sol quando meus olhos estão acostumados com o breu.
Difícil voar quando não há mais forças de sair pro chão. 
Difícil olhar para outros quando minha própria sombra me assusta. 
Difícil sorrir sabendo que ele se tornará em lágrimas mais tarde.
Difícil respirar quando o vento está gelado e me rasga internamente. 
Difícil pintar com cores quando só enxergo preto.
Difícil viver enquanto morro a cada dia.
Difícil tomar remédios homeopáticos quando preciso de uma boa dose de tarja preta. 

E agora, com tantas drogas e vícios, sinto-me feliz. 
Uma última felicidade antes da paz eterna.
A paz que eu sempre procurei, agora tão fácil de alcançá-la.
Uma última dança antes de partir.
Uma última taça de vinho para acompanhar. 
Uma boa música para esquecer do resto.
E apenas esperar alguns minutos para que as tarjas pretas façam efeito,
Me façam bem.



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