Que aquela que pensa em tudo.
E já não há asas
Que suportem meu peso
Muito menos as minhas
Que já estão destruídas
Quebradas e sem penas.
E se mal consigo voar do primeiro andar
Quem dirá do nono.
Grades me enjaulam como uma gaiola
E as janelas tão altas
Que apenas consigo olhar o céu
Cinzento
Nublado
Como pode algo tão grandioso
Ser tão solitário?
Como pode alguém que está no chão querer estar no céu
E alguém que está nas alturas ser tão seduzido pelo chão?
E se fosse possível
Minhas lágrimas já teriam criado um mar
E então poderia cair
Cair
Cair
E mergulhar
Me afundar
Ir até as profundezas
De mim mesma.
Se fosse possível
Eu já teria caído do nono andar.
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