segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Nono andar

Não há cabeça mais vazia
Que aquela que pensa em tudo.
E já não há asas
Que suportem meu peso
Muito menos as minhas
Que já estão destruídas
Quebradas e sem penas.
E se mal consigo voar do primeiro andar
Quem dirá do nono.
Grades me enjaulam como uma gaiola
E as janelas tão altas
Que apenas consigo olhar o céu
Cinzento
Nublado
Como pode algo tão grandioso
Ser tão solitário?

Como pode alguém que está no chão  querer estar no céu
E alguém que está nas alturas ser tão  seduzido pelo chão?

E se fosse possível
Minhas lágrimas já teriam criado um mar
E então poderia cair
Cair
Cair
E mergulhar
Me afundar
Ir até as profundezas
De mim mesma.

Se fosse possível
Eu já teria caído do nono andar.


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